Sem correção desde 2015, a falta de atualização da tabela do imposto de renda tem levado o brasileiro a pagar mais imposto a cada ano. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), desde 1996, a defasagem inflacionária acumulada já chega a quase 100%.
A inflação, que diminui o poder de compra de todo mundo, subiu 309,74% de 1996 a 2018. Nesse mesmo período, a correção da tabela do Imposto de Renda foi de 109,63%, o que dá uma defasagem média de 95,46%, segundo o Sindifisco.
A Receita Federal espera receber 30,5 milhões de declarações do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 2019, relativas ao ano-base 2018. No ano passado, a Receita recebeu 29,2 milhões de declarações. Com isso, o Fisco espera que cerca de 1,23 milhão contribuintes a mais prestem contas ao leão neste ano.
A falta de correção faz também com que muitos contribuintes passem a pagar uma alíquota maior em relação ao ano anterior, uma vez que reajustes salariais (ainda que abaixo da inflação) podem fazer com que a pessoa entre em outra faixa de renda da tabela do IR.
A última correção da tabela do Imposto de Renda foi feita em 2015. Com dívida crescente e um rombo nas contas públicas, o governo congelou a tabela.
Não há previsão a tabela do IR voltará a ser corrigida. O governo Bolsonaro tem sinalizado que alterações no imposto de renda dependem do país recuperar o equilíbrio das contas públicas e que o tema só deverá ser discutido no âmbito de uma reforma tributária.
Veja abaixo a tabela atual do IR e a simulação da tabela corrigida pela defasagem de 95,46%:
Tabela atual do IR e simulação de tabela atualizada
Faixa de isenção | tabela atual | tabela corrigida pela defasagem acumulada desde 1996 |
isento | Até 1.903,98 | Até 3.689,93 |
7,5% | De 1.903,99 até 2.826,65 | De 3.689,94 a 5.478,07 |
15% | De 2.826,66 até 3.751,05 | De 5.478,08 a 7.338,47 |
22,5% | De 3.751,06 até 4.664,68 | De 7.338,48 a 9.169,34 |
27,5% | Acima de 4.664,68 | Acima de 9.169,34 |
Comentários